Filha: 

 Eu adoro a Heidi, desde cedo que a minha mãe me conta histórias sobre a Heidi: que ia para casa a correr para assistir, que se fartava de chorar e que todos os episódios a faziam refletir. Eu continuo a fazer o mesmo, sempre que tenho tempo sento-me no sofá e assisto um dos episódios. 

 Antes de lançarem a nova versão, a minha mãe fazia questão de comprar DVD's e assistir comigo. Acho que ao longo do tempo, a personagem tem sido melhorada, que as emoções não são tão fortes (ainda bem, pois ficávamos horas a chorar).  Eu gosto bastante de assistir e vocês?

Adorava a Heidi e o adivinhar da hora no único canal (para além da RTP 2) que existia. O hábito da barriga para baixo no sofá, acompanhada do leite e do pão com manteiga, para ver de que forma ganhavam vida as personagens do pequeno livro que me cabia na mão, livro esse comprado na única papelaria da vila e que estava sempre dentro de uma caixa que percorríamos com os dedos para descobrir o número que nos faltava.
 Da Heidi ficou-me a certeza de querer ter um animal de estimação calmo e meigo, mas capaz de nos proteger. Ficou o conforto de ter a mãe por perto a tentar desviar-nos da televisão e do choro, ao contrário da Heidi que ficara sem a sua.
 No quarto um quadro tecido a lã com a Heidi e os braços abertos para a vida e uma tábua de ferro do meu tamanho para as brincadeiras do faz-de-conta com a sua imagem gravada.

 Esperamos que tenham gostado e beijinhos doces!