Antes de qualquer coisa, tem que se reforçar que é normal da natureza humana ter momentos mais depressivos e ansiosos, em que nos sentimos mais em baixo, mas não devemos permitir, de facto, colocar a nossa saúde física e psicológica em risco, ao ter comportamentos autodestrutivos; principalmente, quando sabemos  o que estamos a fazer.

De facto, ser emocionalmente inteligente é algo muito importante em períodos de crise bem como, saber avaliar situações de maior risco. Ainda que, por vezes, seja necessário tirar um dia para "lamentar", é fundamental priorizar o nosso bem-estar e isso deve ser algo constante e a longo prazo.

Devido a isso, e sempre tendo em conta as diferentes patologias que necessitam de avaliação e aconselhamento médico, é normal que queiramos cuidar do nosso bem-estar mental de forma a vivermos esta situação,  por si só complexa, o melhor possível; e, para isso, podem seguir alguns conselhos e sugestões durante o período de isolamento social.

Às vezes pode não parecer mas, até o home-office e com o homeschooling ajudam a que se estabeleça um mínimo de rotina e de ocupações ao longo do dia tendo, claro, em conta que se pode ser um pouco mais flexível do que num dia-a-dia "normal". 

Devemos, por isso, aproveitar estes privilégios de flexibilidade não para descurarmos  a nossa saúde mental ao desleixarmo-nos connosco  e com as nossas obrigações mas, para servir de motivação para termos mais algum tempo livre para fazer algumas atividades que são prazerosas para nós.

Uma mente ocupada e que se sente produtiva e útil é bastante mais saudável do que aquelas mentes que se lamentam por não o serem. Por isso, e seguindo o molde defendido sobre a flexibilidade de estar em casa, fazer uma pequena to-do list com objetivos ou tarefas para aquele dia é uma forma útil de se motivarem e de evitar pensamentos auto-destrutivos de alguém que não está a ser produtivo.

Por isso mesmo, esta é uma boa premissa, se não estão em home-office ou homeschooling tentem encontrar uma atividade que vos agrade e planeiem fazê-la. Estar parado, em demasiada, é muito mau!

O corpo e o cérebro! Praticar exercício físico é logo uma boa forma de libertar endorfina, a hormona da felicidade, e de libertar o cérebro de pensamentos tóxicos ( para além de ajudar a queimar as caloriazinhas dos chocolates de Páscoa). Não precisa de ser nada intenso, quarenta minutos de uma suadela, já é uma grande ajuda para melhorarem o vosso bem-estar mental e físico.

Para além do físico, é importante não esquecer de exercitar o cérebro: ler um livro, ver um documentário, ouvir um debate... são sugestões acessíveis e importantes para, não só ocupar a mente com outras coisas que não os pensamentos negativos, como para aumentar a cultura.

É inevitável: as tecnologias estão por todo o lado e, com o trabalho e a escola à distância é impossível não as usar mas, sabem quando já atualizar o feed do Instagram ou só estão a passar stories a correr, depois de já terem lido tudo o que vos interessa? Às vezes, nessas horas, é melhor pousar um pouco o telemóvel e ir fazer outra atividade: fazer um pouco de exercício físico, ler um livro, ver uma série.. 

Para além disso, não é bom estarmos sempre a comparar a nossa realidade com a dos outros e a produtividade deles com a nossa. A vida no digital nem sempre corresponde à realidade e, muitas vezes, padrões autodestrutivos começam quando tendemos a comparar, excessivamente, a nossa vida às das outras pessoas. Dessa forma, é importante filtrar o tipo de conteúdo que se gosta de consumir e o que, de facto, não faz mal à nossa saúde mental.

Outra questão importante são as fake news e os alarmismos. Consultar fontes fidedignas e não chegar a um ponte em que se consome um excesso de informação é importante para manter o bem-estar mental.

Novamente, não se deve descurar a nossa alimentação só porque estamos mais tempo em casa. Tentar manter a mesma alimentação, mesmo que, de vez em quando haja excesso, é fundamental. E, também é importante não nos culpabilizarmos quando esses excessos ocorrem. Encontrar o equilíbrio, como tudo na vida, é fundamental e garante que se está a fazer o melhor para o nosso corpo.

Acima de tudo, cuidem de vocês e saibam quando estão a entrar numa situação mais depressiva e tentem escrever ou conversar sobre o que sentem e, depois, encontrem estratégias para implementarem ( que podem passar por algumas destas atitudes que foram explicitadas acima) para evitar que esse estágio se prolongue e/ou se repita.

As informações para este post foram baseadas no conjunto de recomendações da Ordem dos Psicólogos de Portugal, nomeadamente, neste vídeo, o qual recomendamos a visualização:

Temos que nos adaptar a estes novos tempos mas, certamente, irá ficar tudo bem. Força.